Sunday, May 27, 2012

Da insustentável leveza do ser

Sinto falta do cotidiano. Do dia a dia lento, morno, de cheiro de café com leite.

Saturday, March 31, 2012

.

Sou mais a mesmice tranquila à irrepetibilidade tirana.

Friday, January 20, 2012

Da serpente

Era uma vez um lugar úmido, gelado e cinza. No meio desse nada, habitava, num edifício de concreto frio, uma espécie de cobra criada nos confins do butantã... uma serpente de sotaque paraense, que tentava aprisionar seres humanos de boa índole que, por infelicidade do destino, lá aterrissavam. Ela tinha uma cabeçorra de um amarelo opaco reluzente, uma arrogância sedutora de cobra criada e expelia veneno bonachão pela boca repuxada e linguinha repartida que, ao final de cada frase, deixava escapar um "sssssssss". Nesse lugar, entravam pessoas em busca de conhecimento, de exemplos de vida, de educação, de um título. Gente jovem. Aprendizes que, ironicamente, tinham a obrigação de tê-la como mestra. Conquistava os mais inocentes que adentravam no meio. Isso conseguia com sua dissimulação nata capaz de superar qualquer personagem machadiana. No entanto, repulsava os que lá iam há mais tempo, já portadores do soro antiofídico nas veias graças à convivência com outras cobras de espécie (um pouco) inferior.

Dedicou um semestre inteiro expelindo veneno contra aqueles que podem ser chamados de homens (pois neles há o que se pode chamar de "humanidade") e, portanto, a ela superiores. Homens que sabem escrever. E escrevem. E publicam suas idéias. E repassam conhecimento para um mundo além daquele concreto frio, como também pros que ali estão, ainda novos, tentando se formar como intelectuais e como gente, mas divididos entre a sedução maquiavélica da serpente e o caminho dos homens. A competência e dedicação dos iniciantes, dentro da salinha da serpente de sotaque paraense, não contam. O que vale são os seus interesses pessoais. Prejudica os jovens imaturos de vida para conseguir atingir os homens lá estabelecidos, seus inimigos mortais.

Não se deu conta ainda, a pobre (pobre, pobre, pobre de espírito serpente) que é o homem superior em inteligência e dela é predador. Enquanto não é pelo homem derrotada, lá continuam se formando homens e serpentes. Lá..no departamento da Santa Mediocridade.

Monday, April 11, 2011

Da essência [2]

Se toda Sandy tem seu lado devassa, toda Amélia tem seu lado Amy. Descobri uma esses dias.. Amylia.

Saturday, March 19, 2011

Do livro



Lendo "A máquina" de Adriana Falcão, eu fiquei doidinha de uma doidice só. Tentei economizar o livro fininho de letras grandes, lendo um pouquinho só por noite pra ele não acabar logo. Mas ontem de madrugada a estratégia foi-se no embalo da leitura que tem sotaque de casa. Era cada frase már linda, uma colada na outra, dava tempo nem pro suspiro.. Nem no milésimo de segundo da passagem de uma página pra outra, eu conseguia parar.. Isso porque meus zoinho já procuravam a linha de cima da folha seguinte. E meu coração ficava doido pra sentir a alegria de viver quando leio coisas assim que me tocam..

O livro restou com um monte de dobrinha, de orelha nas páginas com os trechos que amei. Orelhas discretas, porque o livro não era meu. Se fosse, tava tudo grifado.. Em algumas partes, acho que teria até meio que furado, de tanto que ia grifar e grifar e grifar com cara de besta.

"É o mundo que você quer? Então eu trago ele para você", prometeu Antônio para Karina e esse livro lindo aconteceu.

Monday, February 07, 2011

Do pedido


Praia do Jacaré - PB

Estava a família reunida vendo o famoso pôr do sol na praia do Jacaré, Paraíba. Lá, um espetáculo sincronizado acontece: quando o sol começa a se pôr, surge um barquinho com um saxofonista tocando o (lindo) bolero de ravel. A música dura até o sol baixar, numa sintonia perfeita. Quando me vi diante de tanta beleza natural complementada pelas primeiras notas do sax, confessei para minha prima:


- Queria ser pedida em casamento agora..


- Quer mais nada não? Mais fácil pedir uma cerveja.. Garçoooooooooooooooooooooom, chega aí - arrematou desmoronando meus pensamentos românticos.


Ah, mas desesperanças à parte, sei que ainda existe gente romântica e apaixonada no mundo. Fica a dica para futuros nubentes então. ;)
Ah, aproveito para plagiar a informação postada no facebook por meu Tio Duda: "O saxofonista lá na Paraíba já tocou o bolero de Ravel (incluindo o dia de hoje) 3736 vezes. Um exemplo de que até Goethe erra. A eterna repetição pode não ser o pior dos fardos, pois cada bolero é diferente e cada pôr do sol bis idem bis"

Tuesday, January 18, 2011

De 2011

Mulheres queridas que já compartilharam a dor cotovelar de amor.. Dois mil e onze motivos para decretarmos a horinha de parar de errar de João. Esse assunto, de tão recorrente, não vira nem notícia ruim de jornal. E enraivece, entristece e só depois de um longo período de suicídio sentimental a gente se reestabelece e (viva!) fortalece! A única coisa boa que se tira desse sofrimento, são alguns quilinhos. Sim, a gente sofre, mas emagrece! Porque tudo tem seu lado bom..

Ensina, Chico:

"Errou na dose
Errou no amor
Joana errou de joão
Ninguém notou
Ninguém morou na dor que era o seu mal
A dor da gente não sai no jornal" (Chico Buarque)

Meu desejo para todas e todos em 2011 é o mesmo de 2009 e 2010: a sorte de um amor tranquilo! Feliz 2011 atrasado!